re·cla·ma·ção
sf
1: Ato ou efeito de reclamar; reclamo.
Eu amo reclamar. Na real, acho que todos gostamos de reclamar, uns mais, outros menos, mas geral reclama. Talvez isso descreva a maior parte dos usuários do Twitter, dos funcionários da empresa que tu trabalha, da escola/faculdade em que estuda, dos membros da sua família, e convenhamos, isso inclui você. A reclamação está em todo o canto e obviamente o skate não sairia desse ciclo.
A verdade é que esse coletivo (pode chamar assim, produção?) a Squad, surgiu da necessidade de externar as reclamações de um bando de jovens que se encontravam semanalmente na tentativa de andar de skate mas acabavam no McDonald’s restaurante de alimentos fast food mais próximo, falando das manobras que não saíram no dia ou do vídeo daquela marca que ficou mal editado. O skate é isso, se resume a aprender um bocado de coisas e comentar depois cada uma delas, positiva e negativamente com os demais, e às vezes sozinho mesmo.
O problema é quando tudo se reduz à lamentação pura, simples e pobre, fazendo você se tornar um velho de 133 anos (com todo respeito aos velhinhos, nada contra inclusive tenho amigos que são) que não tem mais força pra sair da calçada nem pra jogar a partidinha de dominó na praça do bairro. É sério, porque a quantidade de gente que eu vejo desanimada e sem disposição pra fazer o que tem planejado é grande. E não, meu objetivo aqui não é ser um dos good-vibes ou coaches que dizem o quanto você tem de “estar motivado para alcançar seus objetivos”. Longe disso, sério. Eu aqui só quero dizer que da pra fazer suas paradas e continuar reclamando na internet.

Como falei, a Squad nasceu de reclamações e cansaço. Aliás, esse deveria ser nosso slogan porque só o que tem aqui é cansado, mas enfim, a encheção de saco de um para com o outro fez esse site estar online e faz os nossos rolês acontecerem. A gente nunca vai deixar de falar mal das modas, chorar quando a Nike SB contrata mais um skatista, ou ficar pistola depois de um rolamento estourar no meio da sessão. O que não dá pra deixar é se encaixar no modelo triste e bucólico que empaca qualquer projeto que surja na sua cabeça, porque irmãozinho, além de ser chato pra cacete isso no máximo vai te garantir uns RT’s no twitter.
Enfim, fale mal mesmo, xingue o amiguinho que, sei lá, não te deu o primeiro pedaço de bolo do aniversário, se revolte contra seu chefe que reclama do seu cafezinho no meio do expediente, critique o professor otário que cobra presença e da prova sem consulta cobrando a matéria do semestre inteiro, qualquer coisa. As únicas coisas que não pode é desrespeitar a mãe e deixar críticas negativas à esse que vos escreve porque sou sensível e não sei lidar. De resto, tá liberado.