Skate, Hip Hop e SQUAD — por Bruno Rodrigues

Eu nunca vi a grande mídia do skate.

Jornais, revistas e vídeos; eu sequer sabia da existência disso tudo.

Meu primeiro contato e as primeiras conversas que tive sobre skate vinham da única rua asfaltada, no meu antigo bairro em Itaquera. 

Me lembro de ficar muito animado quando criança, afinal, além do esporte, o skate me permitiu ter contato com a cultura Hip-hop (geral que andava também gostava de rap, fazia graffiti, tinha DJ, BBoy, MC e várias outras formas de arte). 

Ali, eu entendi que mais que um esporte, skate é uma expressão de liberdade, um respiro para a molecada que, assim como eu, gostava de sentir a energia de um rolê de skate independente dos kit, da moda, da grana; o importante era a união e o respeito a todes (e aqui na Squad mesmo tem pagodeiro, funkeiro, rockeiro, fi de baiano, rico, pobre, branco, preto, etc.)

Fico feliz que hoje em dia existam tantas plataformas falando de skate e sua pluralidade. É muito bom ver o skate chegando nas olimpíadas, campeonatos pagando prêmios incríveis e atletas assinando contratos com grandes marcas e tendo rendimentos milionários.

É a chance de expandir o skate, −a cultura da rua − em sua essência e viabilizar a permanência de muitos que precisam escolher entre se divertir ou pagar as contas.

E se o skate dá essa chance aos seus admiradores, por que não voltar essa contribuição para comunidade? Dar condição pra molecada de adquirir bons produtos a um preço justo, ajudar a manter em boas condições as pistas que estão abandonadas nas pracinhas e até construir novas pistas que dialoguem com as demandas do skatistas (e aqui vale conversar com a comunidade para não fazer pistas que não dá pra andar). 

Quantes skatistas por aí descobriram a potência do skate em suas vidas, mesmo que em pistas mal planejadas, mesmo que em uma única rua asfaltada?  Imagina o que fariam com um pouco mais de investimento? Apoiem as marcas que ajudam a levar cultura e dar condições para que o skate seja cada vez mais inclusivo e não apenas uma exposição superficial e “higienizada” do esporte.

Skate é cultura, porra!

Um compromisso que firmamos e que não pode ser vendido. É potência e energia para criar, socializar e incluir todas as existências plurais. Cabe uma imensidão de possibilidades em cima de um shape bem intencionado e dedicado aos seus semelhantes.

A mensagem que quero deixar é: sempre faça as coisas com amor, tudo que é feito com pureza no coração tem o potencial de mudar o mundo.

SQUADSONG por D’lírio (Bruno Rodrigues) e Geday (George Lucas Leal Paulo)

Texto por Bruno Rodrigues (@edc_poesias)
Arte pelo próprio Brunão junto com o @imoral.og

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